O grande amor da minha vida

Eu encontrei o amor da minha vida em 2017. Sim foi. Aos 43 anos de idade ou já com 44 não consigo saber o exato momento em que me dei conta dessa verdade. Nos conhecemos quando eu tinha de 18 para 19 anos. Ele carinhoso chegou de mansinho. Despretensioso se apresentou e me contou como se sentia a meu respeito. Contou sua trajetória, seu longo caminho até que fossemos apresentados formalmente. Gostei dele de cara. Achei corajoso, ousado, cheio de atitude. Extremamente respeitoso, me deixou livre. Eu escolheria ficar ou seguir minha vida como antes e experimentar coisas novas e modernas. Fiquei um pouco, provei um tantinho mais de sua personalidade e já aprendi muito com ele logo de início. Lições que independente de meus momentos futuros permaneceram ali, enraizadas. Minha pós-adolescência e a falta de suporte ou preparo me fizeram decidir pelo novo. Pelo desconhecido e lá fui eu, viver. Conhecer esse mundão atraente cheio de possibilidades e convites. Ele permaneceu firme.  Escolheu me esperar. Por mais de vinte anos… Enquanto esperava, de longe, mandava recados espaçados. Queria mesmo que eu me lembrasse de sua existência. Vez por outra, soube eu tempos depois, me livrou de boas com suas influências. Mas sem anunciar sua participação. Nunca precisou de reconhecimento. Sempre viveu pelo que acredita e faz tudo em nome disso. Meus anos caminhando para dentro do que eu havia escolhido foram descortinando a verdadeira face desse mundo e trazendo à luz o que ele realmente tinha a me oferecer. Sempre chegando quase lá. Passando perto do que eu pedia. Usufrui das conquistas e das delícias. Vivi intensamente o que acreditava ser o máximo, mas por alguma razão me faltava algo. Uma angústia gerada por frustrações, decepções e enganos, enfim por fatos cotidianos, me levou para dentro. E quando afundei em mim me lembrei dele. Me lembrei do que ele tinha sido capaz de fazer por mim. Comecei a voltar. Já estava bem mais perto que antes. Sem saber que, posicionado como um sniper, era ele quem me atraía. Usando de ferramentas privadas e únicas me conduzia, sem que eu soubesse, ao nosso reencontro. Como eu disse antes, não sei determinar qual o momento exato, mas pouco a pouco fui me rendendo a essa paixão. Primeiro uma lágrima que fez questão de secar em meu rosto. Depois uma mão me levantando do chão. Certa noite um peito disposto a suportar minha cabeça cansada. Até mesmo um bailar comigo no tapete da sala, sem música. Ou uma palavra precisa, num sussurrar no ouvido dando a direção. Devagar. Em um tempo previamente entendido como necessário. Deixando que eu experimentasse um a um de seus cuidados. Assim ele foi me reconquistando. Me chamando. Me trazendo de volta para casa. Para sua presença. Para o seu colo. Enfim, para seu infinito amor. Em 2017 eu finalmente reconheci o grande amor da minha vida. E da minha eternidade.

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